Para falar sobre Agroecologia (AE) é imprescindível nos remetermos ao processo de modernização/industrialização da agricultura no Brasil, iniciado a partir da década de 1950. Este período, reconhecido por Revolução Verde, consistiu na artificialização dos ecossistemas e na apropriação dos fatores de produção pelo capital, transformando-os em mercadorias. Neste cenário, a ciência exerce um papel central através do desenvolvimento do controle das forças produtivas e a consequente legitimação de qualquer forma de intervenção sobre os recursos naturais, subordinando-os definitivamente ao homem e rompendo, desta forma, com o processo de coevolução social e ecológica que foi mantido, historicamente, pelo campesinato [1] (GUZMÁN CASADO et. al., 2000).
A modernização agrícola no Brasil foi responsável por uma série de alterações, tanto no modo de produção, como na organização social e econômica em torno dessa atividade. Resumidamente, este processo consistiu na disseminação de um pacote tecnológico pautado em monocultivos, uso de mecanização, de sementes certificadas e híbridas, uso intensivo de adubos químicos e agrotóxicos. As consequências da adoção deste pacote tecnológico estão relacionadas com a perda de fertilidade do solo, erosão, contaminação dos recursos naturais, dos alimentos e das pessoas, perda da biodiversidade e desequilíbrio ecológico, aumento dos custos de produção, concentração de terras e da renda e acentuação da desigualdade social.
A insustentabilidade socioambiental e econômica deste modelo
suscitou a emergência de movimentos contrários a este paradigma na agricultura e promotores de alternativas técnicas e organizacionais no meio rural. A agroecologia (AE), concebida como ciência, prática e movimento, resulta de um longo processo de contestação e busca de alternativas ao modelo agrícola industrial e de reconhecimento e interação com os saberes e práticas elaborados por povos e comunidades tradicionais.
A modernização agrícola no Brasil foi responsável por uma série de alterações, tanto no modo de produção, como na organização social e econômica em torno dessa atividade. Resumidamente, este processo consistiu na disseminação de um pacote tecnológico pautado em monocultivos, uso de mecanização, de sementes certificadas e híbridas, uso intensivo de adubos químicos e agrotóxicos. As consequências da adoção deste pacote tecnológico estão relacionadas com a perda de fertilidade do solo, erosão, contaminação dos recursos naturais, dos alimentos e das pessoas, perda da biodiversidade e desequilíbrio ecológico, aumento dos custos de produção, concentração de terras e da renda e acentuação da desigualdade social.
A insustentabilidade socioambiental e econômica deste modelo
suscitou a emergência de movimentos contrários a este paradigma na agricultura e promotores de alternativas técnicas e organizacionais no meio rural. A agroecologia (AE), concebida como ciência, prática e movimento, resulta de um longo processo de contestação e busca de alternativas ao modelo agrícola industrial e de reconhecimento e interação com os saberes e práticas elaborados por povos e comunidades tradicionais.
[1]: No campesinato, a agricultura associa-se a um modo de vida, de compreensão e de relação com a natureza e com a sociedade, o que determina, tanto o manejo dos recursos naturais como a economia local.
De acordo com Altieri (1999), Gliessman (2000) e Caporal (2009) a AE, como campo do saber científico, surge a partir da interação entre cientistas de diferentes áreas (agronomia, zoologia, ecologia, botânica e fisiologia de plantas) com os conhecimentos agronômicos desenvolvidos localmente por comunidades rurais e tradicionais que resistiram à imposição do modelo do agronegócio (JACOB, 2016).
No campo dos movimentos sociais, a AE, além de ser concebida como um princípio/ conceito que proporciona a construção de modelos de agricultura consideradas sustentável, apresenta-se como uma estratégia de mobilização social e política ao reafirmar a importância das interações entre agricultores e consumidores a fim de se refletir sobre o sistema agroalimentar (NORDER et al., 2015).
Esta abordagem traz implícito que a AE se diferencia de uma
proposta atrelada a transferência de tecnologias, ou ainda que se paute apenas pela racionalidade técnico-científica (mesmo que estas estejam alinhadas com correntes da ecologia e da sustentabilidade dos agroecossistemas), mas sim, que está comprometida com uma proposta que emerge do contexto e das especificidades locais.
“[...] o que realmente pode validar as práticas agrícolas não são os resultados obtidos em laboratórios ou estações experimentais, mas sim as práticas de cultivos de populações tradicionais - indígenas e camponesas” (LEFF, 2002, p. 39).
conservação da biodiversidade