Quando pensamos em conservação de espécies, a primeira ideia que vem à nossa cabeça é a proteção dos habitats nativos e a exclusão de qualquer atividade que possa impactar esse ambiente. De fato, na maioria dos casos essa é a alternativa mais promissora para a conservação da biodiversidade. No entanto, nos campos do Pampa (IBGE 2004), a dinâmica da vegetação é bastante peculiar, uma vez que os campos sempre estiveram associados com a ação de animais pastadores. Desta forma, para alguns grupos taxonômicos, um nível baixo e/ou intermediário de distúrbio (pastejo) nos campos é benéfico para a manutenção de uma maior diversidade de espécies. Por exemplo, a riqueza de espécies vegetais é maior em campos pastejados se comparada com campos não pastejados (Andrade et al. 2019).
Já para as aves dos campos do Pampa, o pastejo pode limitar a ocorrência de várias espécies, assim como a ausência total de pastejo pode inibir a presença de outras espécies de aves. Algumas características da vegetação dos campos determinam a ocupação pelas aves, que escolhem seu habitat de forma hierárquica considerando várias características do ambiente, a altura da vegetação é uma delas. As espécies de aves dependentes dos campos podem ser classificadas em grupos, conforme especificidade ao habitat. De um lado, temos as aves que necessitam de campos de vegetação baixa e rala, como os caminheiros (Anthus spp.), que são mais facilmente encontrados em campos pastejados. De outro lado, temos um grupo de aves que não tolera os distúrbios provocados pelo pastejo. Espécies desse grupo necessitam de campos de vegetação alta e densa. Neste grupo, podemos citar o ameaçado papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta) e também os coleirinhos (Sporophila spp.). Além destes dois grupos, um terceiro grupo de espécies se adapta bem àqueles campos que apresentam um mosaico de vegetação alta e baixa, onde o pastejo não é tão intensivo. Nesse grupo está o também ameaçado, veste-amarela (Xanthopsar flavus). Para outras espécies dependentes dos campos, a presença esparsa de arbustos na paisagem é essencial, seja para esconderijo ou para construção dos ninhos, é o caso do tio-tio (Phacellodomus striaticollis). Além da vegetação, outros fatores estão envolvidos na organização de uma assembleia local de aves no Pampa. Por exemplo, a altitude, o tipo de solo, a região fitogeográfica, entre outros (Fontana e Bencke 2015). Enfim, há uma série de fatores que vão determinar a diversidade de aves em uma determinada região do Pampa.
Já para as aves dos campos do Pampa, o pastejo pode limitar a ocorrência de várias espécies, assim como a ausência total de pastejo pode inibir a presença de outras espécies de aves. Algumas características da vegetação dos campos determinam a ocupação pelas aves, que escolhem seu habitat de forma hierárquica considerando várias características do ambiente, a altura da vegetação é uma delas. As espécies de aves dependentes dos campos podem ser classificadas em grupos, conforme especificidade ao habitat. De um lado, temos as aves que necessitam de campos de vegetação baixa e rala, como os caminheiros (Anthus spp.), que são mais facilmente encontrados em campos pastejados. De outro lado, temos um grupo de aves que não tolera os distúrbios provocados pelo pastejo. Espécies desse grupo necessitam de campos de vegetação alta e densa. Neste grupo, podemos citar o ameaçado papa-moscas-do-campo (Culicivora caudacuta) e também os coleirinhos (Sporophila spp.). Além destes dois grupos, um terceiro grupo de espécies se adapta bem àqueles campos que apresentam um mosaico de vegetação alta e baixa, onde o pastejo não é tão intensivo. Nesse grupo está o também ameaçado, veste-amarela (Xanthopsar flavus). Para outras espécies dependentes dos campos, a presença esparsa de arbustos na paisagem é essencial, seja para esconderijo ou para construção dos ninhos, é o caso do tio-tio (Phacellodomus striaticollis). Além da vegetação, outros fatores estão envolvidos na organização de uma assembleia local de aves no Pampa. Por exemplo, a altitude, o tipo de solo, a região fitogeográfica, entre outros (Fontana e Bencke 2015). Enfim, há uma série de fatores que vão determinar a diversidade de aves em uma determinada região do Pampa.

Figura 1: Exemplos das aves dos Pampas
Assim para maximizar a diversidade de aves nos campos do Pampa, o ideal seria termos na paisagem do Pampa um mosaico de vegetação em diferentes alturas e densidades e também a presença de elementos-chave na paisagem, como arbustos (Fontana et al. 2016; Jacoboski et al. 2017). Todos esses fatores beneficiam a ocorrência das espécies de aves associadas à cada um dos grupos citados acima. No entanto, na prática, isso nem sempre ocorre. Por exemplo, a prática do sobrepastejo em muitas propriedades limita a ocupação dos campos por muitas espécies de aves. Também, atualmente a conversão dos campos para outros usos do solo inviabiliza o habitat para aves especialistas campestres.
conservação da biodiversidade