Introdução
A diversidade (do latim diversitate) está ligada aos conceitos de diferença, oposição, pluralidade, multiplicidade, diferentes ângulos de visão ou de abordagem, heterogeneidade, comunhão de contrários, intersecção de diferenças ou tolerância mútua. Na biologia, a diversidade começou a ser estudada por meio do reconhecimento da existência de diferentes espécies, principalmente pela observação de diferenças morfológicas entre as espécies e, posteriormente, do reconhecimento de que essas espécies ocupam lugares distintos no ambiente. A partir deste momento, um dos principais objetivos da ecologia passou a ser medir, entender e predizer os padrões de diversidade, sejam estes padrões temporais ou espaciais.
Uma das alternativas mais simples e que ainda é amplamente utilizada para quantificar e resumir a diversidade de uma comunidade é simplesmente contar o número de espécies (riqueza) de uma área. No entanto, quando a diversidade é estimada apenas pela riqueza, as espécies raras e as comuns ou dominantes, têm o mesmo peso na quantificação da diversidade. Esse cálculo pode dificultar a identificação de um processo ou de um padrão em relação ao fator de interesse, pois em muitos casos, os processos estão mais relacionados a contribuição relativa de cada espécie ou a composição de espécies do que a riqueza propriamente dita. Para incluir essa contribuição relativa na quantificação da diversidade, existem vários descritores quantitativo dos seus indivíduos, como a altura, a biomassa, ou simplesmente contar o número de indivíduos.
Os cálculos de diversidade que levam em conta a riqueza de espécie e a contribuição relativa de cada espécie estão entre os primeiros índices descritos e mais frequentemente usados na literatura ecológica, entre os mais famosos estão os descritos por Shannon e por Simpson. A vantagem desses índices é que eles combinam a riqueza de espécies e a equitabilidade, uma quantificação do quão igualitária é a contribuição relativa de cada espécie, tornando-os mais informativos do que a riqueza simplesmente. Ainda que cada índice tenha suas particularidades e cada um pese as espécies raras e abundantes de maneiras diferentes, eles compartilham a interpretação do resultado: índices altos de diversidade resultam de valores altos de riqueza e de equitabilidade.
Esses índices tradicionais, baseados em riqueza e abundância, não levam em conta quaisquer outras diferenças entre as espécies. Assim, assumem duas premissas, que são, via de regra, ignoradas pelos pesquisadores: i) todas as espécies são consideradas equivalentes, isto é, todas têm a mesma importância no que diz respeito à quantidade de informação que carregam; ii) dentro de uma dada espécie, assume-se que os indivíduos são equivalentes, isto é, não importa se têm papéis diferentes no funcionamento do ecossistema ou como respondem ao ambiente. Consequentemente, as análises baseadas apenas em considerações taxonômicas ainda produzem uma visão incompleta da dinâmica da biodiversidade. Nos últimos anos, o interesse sobre essas funções diferentes que as espécies podem exercer no ambiente e a forma que isso influencia a diversidade de espécies no espaço e no tempo aumentou. Assim, a ciência ecológica começou a investir cada vez mais esforços em mensurar essa diversidade de funções, o que é feito pela medida dos atributos funcionais das espécies.
conservação da biodiversidade