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Autores do Blog Ciência em Ação

Por: Luana Margarida Sabino Lobo
Postado dia 26/10/2023

Meu nome por si só já representa minha paixão pela profissão: Luana Margarida Sabino Lobo. Isso mesmo!! Sou bióloga, licenciada recém-formada pela UFMG, mineira de 24 anos. Amante da natureza e das palavras já que são com elas que conseguimos externalizar a exuberância da natureza. Cada vez mais tocada pelo poder da educação na vida das pessoas, principalmente das crianças. Atualmente trabalho com educação ambiental no Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG onde a criatividade transborda no olhar daqueles que ali frequentam.















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A educação ambiental é trabalhada nas escolas há décadas desde crianças somos ensinados que reduzir o consumo, economizar água e não poluir a natureza é importante. Mas, não nos ensinam como executar essas questões, ou melhor, como entender que as questões ambientais estão conectadas com outros setores de nossa vida. É nessa ideia que entra a importância da educação ambiental para além dos muros da sala de aula, a vivência prática é fundamental para concretizar o aprendizado. A mente pensa onde os pés pisam. Precisamos estar conectados em algum nível com o meio ambiente para podermos sentir a importância da conservação dele.

E onde estão esses locais de ensino além da escola tradicional? Um grande exemplo são os museus, jardins botânicos, zoológicos, parques e demais ambientes que possibilitam o aprendizado prático sobre educação ambiental. E não basta apenas ir a estes locais, é necessário visitas guiadas por educadores treinados para desenvolver essa temática.

Imagem da Bocaina - Blog Ciência em Ação

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Um exemplo de décadas de funcionamento neste parâmetro é o Museu de História Natural e Jardim Botânico da UFMG, um museu que por si só já é bem peculiar, pois é um museu que além de exposições em ambientes fechados é também um museu aberto que trás em sua história um passado de grandes ressignificações ambientais. Lá trabalhamos guiando estudantes das escolas públicas e particulares de Minas Gerais, principalmente da região metropolitana de Belo Horizonte. Onde desenvolvemos vários circuitos, um deles chamado Circuito Trilha Jardim Botânico que engloba trilhas educativas com temáticas ecológicas e botânicas com ênfase em proporcionar a educação sobre o uso, manejo e conservação dos recursos naturais.

E muitas vezes essas crianças e jovens do ensino básico e médio não conseguem visualizar como aquele local é um museu. O ensino engessado de que museu é fechado, com apenas exposições, é descontruído nesse trabalho. Como também a ideia de que se aprende somente na sala de aula. E o que seria a sala de aula? A sala de aula é onde aprendemos, então o museu também proporciona esse ensino não convencional, mas que não é menos importante.

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Existem algumas exposições diferentes das quais os alunos têm costume de visitar, a exemplo do Jardim Sensorial, uma exposição em que se trabalha os cinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato. Esses sentidos são trabalhados com plantas onde em cada espécie no canteiro tem placas indicando qual sentido está sendo trabalhado podendo até comer algumas plantas, o que gera neles grande curiosidade. Muitos deles não associam como os vegetais têm origem das plantas, ficam admirados com situações que para nós pode parecer óbvias, mas não são para eles.

A forma como a botânica é ensinada nas escolas faz com que a maioria dos estudantes não gostem deste tema. Nesse sentido, traze-los para um ensino de botânica menos conteudista e mais relacionado com a sua realidade gera uma desconstrução do ensino engessado, ou melhor, tentamos através das atividades e oficinas demonstrar como as plantas estão no dia a dia daquela criança, desde as roupas até a comida.

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A euforia de ensinar e ver a curiosidade sobre a natureza vindo das crianças é de uma sensação inefável. O ato de ensinar literalmente transcende uma sala de aula, já dizia Paulo Freire. Por mais que seja o mesmo circuito, cada escola com a sua peculiaridade responde de forma diferente ao trabalho de educação ambiental. Um dia marcante para mim foi quando mostrei o “pé de café” para os alunos e um deles disse com grande euforia e alegria: “Professora, que legal! Não sabia que o café vinha de uma árvore!! Nunca vou esquecer!”. E naquele momento a sensação de que aquele aluno não irei esquecer do local onde percebeu e aprendeu sobre a ligação dos alimentos com a natureza foi inesquecível. Proporcionar mecanismos diferentes para que os indivíduos possam se perceber no ambiente e sentir com o ambiente é emergente para a atualidade.

E a procura por esses assuntos estão cada vez maiores, estamos na Década da ONU de Restauração de Ecossistemas que exalta a importância desta temática para as nossas vidas. Tão importante que estamos desenvolvendo mais um circuito para o museu que chama Circuito Restauração Ambiental uma temática que foi demandada por escolas da região metropolitana de Belo Horizonte que gostariam de trabalhar o assunto com os jovens. Ou seja, a construção das atividades de educação ambiental perpassa também pelos professores e alunos das escolas, saber a demanda da população faz com que os projetos de extensão das universidades sejam eficazes. Ouvir o que mais precisam naquele momento e tentar aplicar é um dos pilares da extensão desenvolvida no museu e que infelizmente não é assim com toda a extensão desenvolvida na universidade.

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A emergência da temática ambiental é mundial. É necessário o investimento cada vez maior em educação ambiental nas escolas básicas, visto que as crianças são os agentes transformadores da nossa sociedade. Os educadores estão cada vez mais preocupados com a educação ambiental, mas é preciso ir além dos muros da escola e da universidade e ensinar na prática com vivências sensoriais e perspectivas do mundo natural. Precisamos ir além se queremos mudanças, o movimento que muda! Aliás o que transforma o mundo é a educação!
Saiba mais:
https://www.ufmg.br/mhnjb/acao/circuito-jardim-botanico/
https://www.decadeonrestoration.org/pt-br
https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/educacaopublica/article/view/334

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