Por: Ivan Luiz Fiorini de Magalhães Repostado dia 25/05/2021Biólogo - Mestre e Doutor em Ecologia pela UFMG. Residente pós-doutoral no Museo Argentino de Ciencias Naturales, Argentina. Trabalha com Sistemática, Taxonomia, Ecologia e Biogeografia de aranhas
Atualmente, há cerca de 1,5 milhão de organismos descritos pela ciência – e as estimativas do número de espécies ainda desconhecidas variam de 4 a 70 milhões. A organização do conhecimento dessas espécies e a descrição de organismos ainda desconhecidos são de responsabilidade dos taxonomistas.
Esse ramo da biologia teve seu início oficial em 1758, com a obra do sueco Carolus Linnaeus, em que espécies animais e vegetais receberam seus nomes científicos formais pela primeira vez.
Esse ramo da biologia teve seu início oficial em 1758, com a obra do sueco Carolus Linnaeus, em que espécies animais e vegetais receberam seus nomes científicos formais pela primeira vez.

Muitas vezes, o taxonomista é visto como um biólogo que permanece trancado em um museu, identificando espécimes fixados. Porém, a taxonomia envolve trabalhos de campo e investigação histórica dignos de um detetive.
Muitas das espécies conhecidas foram descritas no século 18 e início do século 19. A maioria dos autores que trabalhavam nessas épocas era bastante produtiva – eram comuns trabalhos contendo dezenas ou centenas de espécies novas. Por isso, em geral as descrições eram bastante curtas.
Embora muitos desses trabalhos incluam pranchas com lindos desenhos, frequentemente os detalhes que permitem a correta identificação das espécies não estão descritos ou ilustrados. Com isso, os taxonomistas modernos têm muita dificuldade em identificar esses organismos somente a partir das descrições originais. A solução é examinar os espécimes-tipo: os exemplares nos quais os autores originais basearam sua descrição.
Assim, depois de consultar as descrições originais, o próximo passo é tentar localizar esses espécimes-tipo. Como muitos dos autores antigos eram europeus, a maior parte dos espécimes-tipo dos séculos 18 e 19 estão em museus da Inglaterra, França e Alemanha.
Muitos não estão devidamente catalogados, e encontrá-los nem sempre é uma tarefa fácil. Pior ainda: vários se perderam com o tempo, ou foram destruídos, como alguns que estavam em museus bombardeados durante a Segunda Guerra Mundial.
Nesse caso, a saída é tentar coletar indivíduos da mesma localidade dos espécimes-tipo. Porém, novamente os trabalhos antigos eram muito precários nesse aspecto: há várias espécies citadas para localidades inespecíficas, como “Brasil” ou “América do Sul”. Em alguns casos, é possível descobrir de onde os espécimes vieram quando se conhece o naturalista que os coletou.
Era comum que espécies fossem descritas a partir de grandes expedições, como as viagens de Darwin ou de Spix e Martius. Nesse caso, é possível checar o itinerário dos exploradores e tentar descobrir a origem das espécies em questão e, assim, tentar coletar novos indivíduos no local.
Muitos não estão devidamente catalogados, e encontrá-los nem sempre é uma tarefa fácil. Pior ainda: vários se perderam com o tempo, ou foram destruídos, como alguns que estavam em museus bombardeados durante a Segunda Guerra Mundial.
Nesse caso, a saída é tentar coletar indivíduos da mesma localidade dos espécimes-tipo. Porém, novamente os trabalhos antigos eram muito precários nesse aspecto: há várias espécies citadas para localidades inespecíficas, como “Brasil” ou “América do Sul”. Em alguns casos, é possível descobrir de onde os espécimes vieram quando se conhece o naturalista que os coletou.
Era comum que espécies fossem descritas a partir de grandes expedições, como as viagens de Darwin ou de Spix e Martius. Nesse caso, é possível checar o itinerário dos exploradores e tentar descobrir a origem das espécies em questão e, assim, tentar coletar novos indivíduos no local.
conservação da biodiversidade