Por: Ricardo Iglesias Rios Postado dia 13/02/2021Professor visitante da Universidade Estadual do Rio de Janeiro
Bolsista FAPERJ
Em 1972 o Clube de Roma publica o livro Limites do Crescimento (The Limits to Grow). Esse livro foi feito por um grupo de 13 pesquisadores do MIT, coordenado pelo Dr. Dennis L. Meadows. A base das conclusões se estabeleceu com o auxílio de modelos matemáticos que respaldaram as previsões de quais seriam as condições do planeta Terra em 1930. A principal conclusão ou a que mais incomodou o mundo dos negócios, mostrava claramente que o crescimento econômico ilimitado seria impossível ou o crescimento econômico exponencial, baseado no consumo exponencial de energia e outros recursos naturais não renováveis, seria inviável. As conclusões do livro foram criticadas por grupos diferentes de pesquisadores e também defendidas por muitos cientistas. Apesar das discrepâncias, muitos trabalhos publicados no séc. XXI tem mostrado que a degradação ambiental está dentro das previsões feitas em 1972 no relatório do MIT.
Como resposta aos resultados propalados pelo Clube de Roma, em 1987 surge um livro, Nosso Futuro Comum (Our commom future). Uma iniciativa da ONU que reuniu um enorme grupo de políticos e poucos cientistas, comandado pela primeira ministra da Noruega, a médica Gro Harlem Brundtland. Nesse livro é enfatizada a ideia de desenvolvimento sustentável, basicamente “é o tipo de desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de que as futuras gerações possam atender as suas próprias necessidades”. O livro elenca dezenas de prescrições que permitiriam esse tipo de desenvolvimento, mas poucas dessas prescrições estão apoiadas em evidências científicas, parecem prescrições baseadas na boa vontade dos países. Mas, no geral, a mensagem desse livro, de que é possível que o crescimento econômico possa prosseguir desde que seja sustentável, foi muito bem recebida por todos os setores produtivos da economia, por alguns economistas das grandes universidades. bem como pelo Wall Steet Journal e pela inglesa The Economist.
Pelo relatório do MIT de 1972, a Terra era representada como uma bola que estava prestes a explodir, mas naquele momento fizeram um pequeno furo nessa bola (crise do petróleo 1973) e ela perdeu pressão. Na década 63/73 a taxa média anual de emissões de CO2 foi de 5,1%, em 74/83 com a crise foi de apenas 1,07%, subindo nas duas décadas seguintes para 1,51% e 2,30% respectivamente. Nessas quatro décadas a taxa média anual de crescimento econômico mundial (PIB) foi 5,06%, 2,97%, 2,95% e 3,44% respectivamente. A regressão entre esses valores de emissões de CO2 e PIB é estatisticamente significativa e mostra um R2 = 0,98. Embora a amostra seja muito pequena (n=4) aqui há uma evidência de uma correlação entre crescimento econômico medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) e as emissões de CO2. (mais detalhes abaixo).
Neste texto não vou entrar nas discussões metodológicas dos dois livros citados, muitas delas contaminadas por interesses econômicos muito poderosos. Para isso, o leitor poderá acessar o site da Nature onde há um artigo do jornalista científico Quirin Schiermeier (2018) que conclui o seguinte: As previsões sóbrias dos anos 1970 sobre o destino da Terra, continuam [hoje] muito verdadeiras.
A questão mais dramática do capitalismo, além da urbanização crescente, está no fato de que o crescimento econômico está fortemente correlacionado às emissões de CO2, como mostrado no gráfico abaixo.
Como resposta aos resultados propalados pelo Clube de Roma, em 1987 surge um livro, Nosso Futuro Comum (Our commom future). Uma iniciativa da ONU que reuniu um enorme grupo de políticos e poucos cientistas, comandado pela primeira ministra da Noruega, a médica Gro Harlem Brundtland. Nesse livro é enfatizada a ideia de desenvolvimento sustentável, basicamente “é o tipo de desenvolvimento que atende às necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de que as futuras gerações possam atender as suas próprias necessidades”. O livro elenca dezenas de prescrições que permitiriam esse tipo de desenvolvimento, mas poucas dessas prescrições estão apoiadas em evidências científicas, parecem prescrições baseadas na boa vontade dos países. Mas, no geral, a mensagem desse livro, de que é possível que o crescimento econômico possa prosseguir desde que seja sustentável, foi muito bem recebida por todos os setores produtivos da economia, por alguns economistas das grandes universidades. bem como pelo Wall Steet Journal e pela inglesa The Economist.
Pelo relatório do MIT de 1972, a Terra era representada como uma bola que estava prestes a explodir, mas naquele momento fizeram um pequeno furo nessa bola (crise do petróleo 1973) e ela perdeu pressão. Na década 63/73 a taxa média anual de emissões de CO2 foi de 5,1%, em 74/83 com a crise foi de apenas 1,07%, subindo nas duas décadas seguintes para 1,51% e 2,30% respectivamente. Nessas quatro décadas a taxa média anual de crescimento econômico mundial (PIB) foi 5,06%, 2,97%, 2,95% e 3,44% respectivamente. A regressão entre esses valores de emissões de CO2 e PIB é estatisticamente significativa e mostra um R2 = 0,98. Embora a amostra seja muito pequena (n=4) aqui há uma evidência de uma correlação entre crescimento econômico medido pelo Produto Interno Bruto (PIB) e as emissões de CO2. (mais detalhes abaixo).
Neste texto não vou entrar nas discussões metodológicas dos dois livros citados, muitas delas contaminadas por interesses econômicos muito poderosos. Para isso, o leitor poderá acessar o site da Nature onde há um artigo do jornalista científico Quirin Schiermeier (2018) que conclui o seguinte: As previsões sóbrias dos anos 1970 sobre o destino da Terra, continuam [hoje] muito verdadeiras.
A questão mais dramática do capitalismo, além da urbanização crescente, está no fato de que o crescimento econômico está fortemente correlacionado às emissões de CO2, como mostrado no gráfico abaixo.
conservação da biodiversidade