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Meio ambiente como questão de Saúde Coletiva
Matteus Ferreira

MATTEUS FERREIRA

Engenheiro Ambiental e Biólogo - Mestre em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre pela UFMG. Atua em diferentes temas relacionados a conservação da biodiversidade e na interação das pessoas com a natureza.
Luiza de Paula

FLÁVIO RODRIGUES

Biólogo - professor da Universidade Federal de Minas Gerais, Orienta alunos de mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Conservação e Manejo da Vida Silvestre, da UFMG.









O Homo sapiens surgiu há aproximadamente 300 mil anos na África (Hublin et al., 2017). Nesse curto período ocupamos quase todos os ambientes do planeta. Subimos as montanhas mais altas e descemos até os mares mais profundos. Modificamos territórios e paisagens, construindo cidades e civilizações. Criamos línguas e comportamentos complexos. Diversas culturas surgiram, cresceram e desapareceram ao longo do tempo. Descobrimos na ciência uma forma de avançar milênios em décadas em todas as áreas. Criamos tecnologias que nos possibilitaram conhecer outros mundos, investigando o universo e a origem da vida. Nos tornamos bilhões.
Imagem da Bocaina
Figura 1: Desmatamento é uma das principais causas de perda de biodiversidade


Apesar destas incríveis conquistas, estamos enfrentando uma grave crise global da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, decorrente de impactos da mudança do uso do solo, exploração direta da biodiversidade e mudanças climáticas, que devem se agravar nas próximas décadas (Díaz et al., 2019). Alteramos tanto os ambientes naturais que marcamos na geologia do planeta uma nova época geológica, o Antropoceno (Steffen et al., 2007; Waters et al., 2016). Ações humanas já alteraram 75% dos ambientes terrestres e 66% dos ambientes marinhos, sendo que 1/3 das terras do planeta e 75% da água doce são destinados para o agronegócio (Díaz et al., 2019). A maioria das populações de espécies nativas terrestres apresentaram pelo menos 20% de redução desde 1900, sendo que mais de 40% dos anfíbios, 33% dos recifes de corais e 1/3 dos mamíferos marinhos estão ameaçados (Díaz et al., 2019). Hoje temos uma estimativa de 1 milhão de espécies ameaçadas de extinção, sendo que alterações no uso do solo e mar, pressões de caça e pesca, mudanças climáticas, poluição e espécies invasoras são os principais fatores responsáveis (Díaz et al., 2019). A valoração de alguns serviços ecossistêmicos, evidenciaram impactos negativos econômicos da ordem de trilhões (4.3 - 20.2) de dólares por ano (Costanza et al., 2014) que não são adequadamente internalizados na economia. A degradação da terra reduziu a produtividade de 23% da superfície global, enquanto somente a perda de polinizadores ameaça US$ 577 bilhões em produções agrícolas anuais e a degradação dos habitats costeiros ameaça à segurança de 100-300 milhões de pessoas devido a enchentes e furacões (Díaz et al., 2019).

Estamos vivendo uma emergência climática, apesar de décadas de avisos e estudos científicos indicarem que estávamos nos aproximando do abismo (Ripple et al., 2019). Em apenas 16 anos, a população humana cresceu 23%, a pegada ecológica 9% e a economia mundial 153%, as pressões antrópicas estão se intensificando rapidamente em regiões com alta biodiversidade à medida que países subdesenvolvidos e em desenvolvimento começam a explorar mais seus recursos naturais (Venter et al., 2016). A redução dos benefícios da natureza verificada nos últimos anos ocorreu em regiões onde eles são mais necessários e os impactos dessa perda serão especialmente mais graves para as populações mais carentes (Balvanera, 2019; Chaplin-Kramer et al., 2019).

Atualmente, três importantes tratados/acordos internacionais se destacam: as Metas de Aichi para a Conservação da Biodiversidade, o Acordo de Paris sobre Mudanças Climáticas e os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Organização das Nações Unidas. Apenas 4 das as 20 Metas de Aichi devem ser cumpridas até 2020, há incertezas sobre o sucesso do Acordo de Paris e a degradação dos ambientes naturais devem impactar o progresso de 80% dos alvos dos ODS, em especial os ODS 1, 2, 3, 6, 11, 13, 14 e 15, relacionados à pobreza, fome, saúde, água, cidade, clima, oceanos e terra firme, respectivamente (Díaz et al., 2019). Estamos fracassando em promover um desenvolvimento sustentável, com consequências para o meio ambiente, para o desenvolvimento socioeconômico, moral e para a segurança das pessoas (Díaz et al., 2019; Ripple et al., 2019). 

Neste contexto desafiador, o Brasil merece especial destaque. É o país com uma das maiores biodiversidades do mundo (Mittermeier et al., 1997), abrigando áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade, como a Floresta Amazônica e dois hotspots, o Cerrado e a Mata Atlântica (Mittermeier et al., 2004). Apesar de tamanha importância, o meio ambiente encontra-se ameaçado. Recentes desastres socioambientais atingiram o Brasil (Carmo et al., 2017; Cionek et al., 2019) e a taxa de desmatamento voltou a crescer (Ripple et al., 2019). Além disso, o atual governo federal brasileiro apresenta comportamento negacionista e obscurantista, evidenciados por declarações contrárias ao Acordo de Paris (Rochedo et al., 2018), propostas de lei controversas (Abessa et al., 2019; Silveira et al., 2018) e censura de dados de agências governamentais (Tollefson, 2019), comprometendo a conservação da biodiversidade, o combate às mudanças climáticas e o desenvolvimento territorial (Ferrante and Fearnside, 2019). 

Como reverter essa tendência catastrófica? Investir na criação, manutenção e expansão de Unidades de Conservação (UC’s) é uma excelente estratégia para a conservação da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, possuindo ótimo custo-benefício socioeconômico (Gantioler et al., 2010; Young and Medeiros, 2018). Além de garantirem a proteção de diferentes habitats (Geldmann et al., 2013) e de serviços ecossistêmicos (Hipólito et al., 2019), as UC’s contribuem para a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas (Ricketts et al., 2010) e para o bem-estar das pessoas, reduzindo a pobreza (Andam et al., 2010) e doenças (Bauch et al., 2015). Contudo, a ausência de suporte financeiro e políticas públicas adequadas, limitam a efetividade desse fundamental instrumento de desenvolvimento (Bernard et al., 2014; Bruner et al., 2004). 

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É necessário atrair a atenção da população para a temática ambiental, investindo em educação para aumentar a percepção das pessoas sobre a importância da natureza (Lima and Bastos, 2019) e agregando os diferentes serviços ecossistêmicos de uma região para chamar a atenção dos tomadores de decisão para a sua conservação (Hérivaux and Grémont, 2019), focando em valores que gerem consenso entre as pessoas (Weyland et al., 2019) e sejam essenciais para a manutenção da qualidade de vida e bem-estar da população local (Grima et al., 2016).
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Historicamente, talvez uma das principais bandeiras políticas seja a Saúde. Diversos estudos (Bratman et al., 2019; Frumkin et al., 2017; Romanelli et al., 2015; Whitmee et al., 2015) têm evidenciado efeitos positivos da natureza na saúde humana, em especial na saúde mental (Bratman et al., 2019) e respiratória (Liddicoat et al., 2018), assim como efeitos negativos da mineração (Tavares et al., 2017) e da urbanização (Cox et al., 2018) para a saúde da população. Todos esses impactos positivos e negativos precisam ser internalizados para a definição de políticas públicas eficientes. É necessário compreender como e quais fatores socioambientais se relacionam com a saúde humana no Brasil, assim como os impactos decorrentes de grandes empreendimentos, como a mineração e a urbanização, de modo a internalizar a depreciação do capital natural e seus impactos socioeconômicos nas análises de custo-benefício das tomadas de decisão em cada região (Whitmee et al., 2015).

É urgente a realização de pesquisas e trabalhos de divulgação que busquem mostrar a importância do meio ambiente para a população, em especial, a relação entre serviços ecossistêmicos e o bem-estar humano (Joly et al., 2019). Além disso, é necessária a criação de um Instrumento Normativo que obrigue a realização de estudos específicos, na fase inicial do Licenciamento Ambiental, para contabilizar os benefícios da natureza e a depreciação do capital natural nas análises de custo-benefício para as tomadas de decisão sobre a realização ou não do empreendimento.

Ainda há esperança, mas ela depende da ação de cada um de nós. Desistir não é uma opção.

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