A Mata Atlântica Brasileira vem passado por longos processos modificadores desde a chegada (e não descoberta) dos portugueses ao Brasil. Anos de intensa destruição e exploração resultaram em um declínio brusco de sua cobertura original – antes um bloco contínuo de floresta. Hoje, constitui-se de fragmentos de mata com diversos tamanhos, imerso em uma matriz antrópica – muita das vezes inóspita para a preservação da biodiversidade.
O bioma é protegido desde 2006 pela Lei da Mata Altântica (11.428/2006). Porém, o desmatamento no período abrangendo de 2018 – 2019 atingiu o maior índice após anos de queda, aumentando em 27%, de acordo com o relatório do SOS Mata Atlântica. Com grande parte dos fragmentos medindo menos que 50 ha, e com um aumento de proximidade com humanos, boa parte deles já não são mais favorável para a ocorrência de grande parte de sua exuberante biodiversidade.
O bioma é protegido desde 2006 pela Lei da Mata Altântica (11.428/2006). Porém, o desmatamento no período abrangendo de 2018 – 2019 atingiu o maior índice após anos de queda, aumentando em 27%, de acordo com o relatório do SOS Mata Atlântica. Com grande parte dos fragmentos medindo menos que 50 ha, e com um aumento de proximidade com humanos, boa parte deles já não são mais favorável para a ocorrência de grande parte de sua exuberante biodiversidade.
Vídeo: Criado por Camillo e Nícolas no canal Filustrika
Entretanto, algumas espécies ainda resistem bravamente. Uma delas é a preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus), endêmica da área litorânea do bioma. As preguiças possuem uma baixa taxa metabólica (capacidade de transformar energia em movimento), quando comparada aos outros mamíferos, como consequência de sua dieta composta quase que exclusivamente por folhas, as quais são pobres em energia prontamente disponível. Ou seja, para acessar tal energia, são necessários longos dias (sim!) de digestão. Seus movimentos friamente e lentamente calculados a impedem de se deslocar de forma mais ágil diante de uma ameaça, como desmatamento ou queimada. Aliada uma distribuição restrita, abrangendo fragmentos de mata em 4 estados – Sergipe, Bahia, Espírito Santo e Rio de Janeiro - a espécie hoje é classificada como vulnerável pela Lista Vermelha Internacional de espécies ameaçadas da IUCN e pela Lista Nacional do ICMBio (Portaria MMA 443/2014).
A preguiça-de-coleira viu grande parte de seu habitat ser desmatado ao longo de vários anos. Altamente - e incrivelmente - adaptada ao hábito arborícola, necessita da copa das árvores para suas atividades diárias, incluindo alimentação e deslocamento. Áreas abertas, portanto, representam um ambiente altamente inóspito. E foi exatamente essa situação encontrada por mim e os colaboradores do projeto. Em estudo realizado na região serrana do Espírito Santo, esses pesquisadores descobriram que a espécie está presente em praticamente toda a área com cobertura florestal acima dos 35%. Porém, sua presença diminui abaixo desse valor, e em áreas com menos de 20% de cobertura florestal a espécie está praticamente ausente.
conservação da biodiversidade