No Brasil, temos presenciado nas últimas décadas, um aumento significativo da degradação dos ambientes marinhos e costeiros, ocasionando uma série de problemas ambientais, econômicos e sociais. Até a década de 1950 ainda se preconizava o uso do mar como destino dos resíduos das cidades à beira-mar, exemplo disso foi a Ilha de Sapucaia na Baía de Guanabara, para onde era destinado até 1949 todo o lixo da Cidade do Rio de Janeiro (Eigenheer, 2009). Dentre os ambientes que são mais afetados pela presença de resíduos sólidos, destacam-se os oceanos abertos (Gregory et al., 1984; Kubota, 1994) e as regiões costeiras (Gregory, 1983; Golik & Gertner, 1992; Pianowski, 1997; Wetzel et al., 2004). Afinal, muito além do que um mero impacto visual esses resíduos afetam diretamente a biota marinha (Ivar & Costa, 2007), uma vez que tartarugas, golfinhos, aves e outras espécies acabam se alimentando dos resíduos, especialmente plásticos, presentes nos oceanos, colocando essas espécies em vulnerabilidade e aumentando o risco de sua extinção.
Durante anos a problemática dos resíduos sólidos nos oceanos foi negligenciada, sendo analisada como uma ameaça de menor potencial, assim como, pela equivocada ideia de que o oceano é uma área vasta, imune à poluição e com uma grande abundância de espécies (Laist, 1987). Entretanto, os impactos negativos relacionados à comunidade biótica são imediatos e preferencialmente mecânicos, como enredamento e afogamento de mamíferos marinhos e quelônios (tartarugas), diminuição na capacidade de procurar alimento e/ou evitar a predação, bloqueio do trato digestivo e ferimentos oriundos da associação de componentes abrasivos ou cortantes (Laist, 1987; Pruter, 1987; IOC/FAO/UNEP, 1989).
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