"TORRES, 6 de junho. "(...) exigi de meu guia a permanência aqui, por um dia. Aproveitei para pôr em ordem minhas coleções e passear pelos montes denominados Torres. Tendo já descrito uma parte que fica ao norte, vou concluí-la. É alongado, desigual e quase totalmente coberto de relva; o avanço que faz para o mar é arredondado como uma torre; oferece às ondas uma muralha de rochedos cortados a pique e termina por um terraço onde vegeta uma erva rasteira. Pelos flancos do monte crescem, em alguns lugares, duas espécies de cactus, uma grande eryngium, bromeliáceas e arbustos, entre os quais reconheci, com surpresa, a mirtácea denominada pitanga (...)".
- Viagem do Rio Grande do Sul, Auguste de Saint-Hilaire (p. 13), citado por Estela Galmarino, em "Viagem de Auguste de Saint-Hilaire ao RIo Grande do Sul (1820-1821): O que torna legítima a apreensão de um monumento enquanto documento", 2008.
Entretanto, em 1822, Saint-Hilaire sofre envenenamento por mel de vespa, capaz de comprometer o sistema nervoso. Assim, na intenção de se tratar, Auguste retorna para a França, onde começa a escrever e a publicar suas obras. Auguste, ainda, participou de diversas associações científicas, tendo sido membro da Academia de Ciências da França, da Sociedade Lineana (Londres) e, até mesmo, da Sociedade de Medicina do Rio de Janeiro. Em 1853, com 74 anos, Auguste de Saint-Hilaire faleceu.
E assim, Saint-Hilaire conquistou seu lugar na história, influenciando diversos estudiosos, como os botânicos de Sorbone, os quais utilizam suas obras para estudo até os dias atuais.
Texto de Isabella Azevedo
conservação da biodiversidade